Neste Teatro sê Romano!
Instalação artística de Madalena Martins
03 ago 2021 — 31 out 202110h – 18h
Gratuito
O Museu de Lisboa – Teatro Romano tem novos habitantes: um grupo de estranhos Romanos que, passados dois milénios, viajaram até aos dias de hoje e estão de visita ao seu teatro.
Nesta instalação artística que liga o sítio arqueológico, a rua e o museu, Madalena Martins e a sua equipa procurou unir o que, há cerca de 2000 anos seria um único espaço: o teatro da antiga cidade romana de Felicitas Iulia Olisipo, a atual Lisboa.
As vestes vermelhas recriam as togas dos habitantes de então e as joias penduradas relembram os seus adereços. As peças expostas são compostas por tecidos cortados e pintados à mão os quais se encontram presos a uma estrutura metálica especificamente criada para o efeito.
Todo o trabalho foi realizado por reclusos do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira (Portugal) os quais realizaram toda a produção e montagem dos 33 «fantasmas», pintura manual da barra dourada (com 400 metros de comprimento); corte do tecido a quente; montagem da estrutura, costura e fixação final dos componentes.
Esta animação do espaço permite várias leituras e o público é instigado a fazer a sua própria interpretação. «Estes Romanos imaginados, com as suas togas púrpuras e douradas, também podem ser entendidos como fantasmas, as almas, ou lémures de época romana, que voltam a habitar o espaço. As joias podem ser vistas como “espanta-espíritos” que, com o vento, afastam com o seu barulho os maus presságios e tranquilizam-nos com o nosso passado», refere Lídia Fernandes, coordenadora do Museu de Lisboa – Teatro Romano.
«Estes seres entram pelo aditus maximus – a entrada principal por onde a elite romana acedia ao interior do teatro – e sobrevoam todas as áreas do Museu, impondo a sua presença num espaço que lhes pertence. Não fosse a toga que carregam e as joias-instrumentais que invadem o espaço, nem daríamos pela sua presença. Esta delicada experiência sonora e visual dá corpo à alma destes Romanos e com eles viajamos ao seu passado numa ampla imersão museológica», explica Madalena Martins.
@ José Frade/EGEAC