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O palácio-convento de Mafra como metonímia da nova Lisboa

  • 20 ABR 2022 18H

20 abr 202218h – 19h

20€ (inclui três conversas e um passeio de barco)

Bilhetes disponíveis em Blueticket.pt​​​​​​​

Convidado

Historiador Mário Pereira

 

Quando se pensa no palácio-convento de Mafra, pensa-se em D. João V. Uma associação indissolúvel que condensa a história do seu longo reinado neste único edifício. Porém, para D. João V, não foi o âmago do seu projeto. Antes pelo contrário, a grande dimensão do palácio-convento de Mafra entende-se em relação ao grandioso plano para Lisboa.

O palácio-convento integrava a extensão territorial do projeto para a capital e Filippo Juvarra interveio diretamente, visitando Mafra ao longo da sua estadia em Lisboa, em 1719. Assim, se em vez de o considerarmos como o principal palácio real de D. João V, olharmos para o edifício de Mafra como metonímia – isto é, como uma “parte” que revela o “todo” – podemos entender melhor a ambição do plano para a capital.

Por exemplo: a basílica de Mafra mede, em comprimento, 58 metros, a Patriarcal desenhada para Lisboa media, pelos menos, 220 metros, correspondentes ao comprimento da basílica de São Pedro em Roma.

Em Lisboa, o palácio real e o palácio patriarcal foram desenhados em proporção à basílica vaticana. Consegue imaginar o tamanho? Para os monarcas e a corte joanina a cidade estava intimamente ligada ao território e Filippo Juvarra interpretou magistralmente a necessidade de traçar o circuito de residências reais ao redor da capital (Belém, Mafra e outras localidades).

 

Legenda da imagem

Litografia do Palácio Nacional de Mafra, Portugal
1853
João MacPhail
Biblioteca Nacional de Portugal

© Biblioteca Nacional de Portugal

© Biblioteca Nacional de Portugal , João MacPhail

Com Outros Olhos