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Lápide funerária de Wadbar leva-nos à Lisboa fenícia

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02 abr 2020

Os primórdios da cidade de Lisboa datam de meados do primeiro milénio antes da nossa era. Entre os séculos VIII e V a. C., comunidades fenícias estabeleceram-se na zona ribeirinha e construíram um primeiro porto ativo, um primeiro bairro, casas servidas por lareiras centrais, oficinas de produção oleira...

Mas a «cidade» proto-histórica subiu a colina, manifestando-se no espaço que é hoje o claustro da Sé, progredindo para Alfama e para ocidente e acabando por ocupar o local onde, mais tarde, se construiu o Castelo de S. Jorge.

A principal manifestação da cidade fenícia foi encontrada em 2014, no antigo Palácio de Coculim, hoje Eurostars Hotel. Trata-se da lápide funerária de Wadbar, estela fenícia datada do século VII a. C. e que foi reaproveitada como material de enchimento num muro romano.

É impossível saber quem foi Wabdar, filho de Ibadar. A hipótese mais fundamentada aponta para que tenha sido um nativo da foz do Tejo, convertido culturalmente à comunidade fenícia aqui instalada, a ponto de usar aquela língua oriental para perpetuar a memória de si.
Crê-se, ainda, que o próprio nome Olisipo tenha raiz fenícia.

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© Museu de Lisboa